Combate ao Aedes aegypti 

37 dos 41 bairros de Santa Maria têm foco do mosquito da dengue

Thays Ceretta

Há dois meses, a Vigilância em Saúde de Santa Maria adotou uma prática para suprir a falta de agentes de combate a endemias da cidade e fazer com que a população ajude a controlar uma situação preocupante: dos 41 bairros da cidade, 37 têm foco do mosquito da dengue.

Os moradores que não cumprem com as orientações dos agentes durante as visitas domiciliares estão sendo notificados. A penalidade varia de notificação à multa, conforme a gravidade da situação. 

De acordo com o superintendente da Vigilância em Saúde do município, Alexandre Streb, de janeiro a junho deste ano, foram encontrados 745 focos do Aedes aegypti. Com a falta de profissionais, a equipe de 16 pessoas faz uma pequena amostragem na cidade (confira como funciona abaixo). 

Durante as visitas dos agentes de saúde e, após repassadas as orientações, se for verificado que a residência oferece risco de contaminação e proliferação do mosquito (pátio sujo, acúmulo de água, entre outras questões) ou apresenta focos do Aedes aegypti, o morador será notificado para realizar a limpeza do local, o que deve ser feito em um prazo de cinco a sete dias. Depois desse período, os agentes retornam à residência e, se for constatado que não foi feita a adequação, será lavrado um auto de infração diretamente na Superintendência da Vigilância em Saúde, que poderá converter-se em penalidade de advertência ou multa, dependendo de cada caso. 

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Até agora, apenas uma notificação virou auto de infração para um morador reincidente do Bairro Nossa Senhora Medianeira. No local, foram encontradas larvas do mosquito. O valor das multas podem variar de R$ 161,41 a R$ 6.456,40.

– Optamos por essa prática, que ainda é nova, porque as campanhas educativas não estavam ajudando a baixar o índice de infestação do mosquito. Então, foi uma alternativa que a gente encontrou. Há também falta de agentes de saúde pública e vigilância ambiental. Temos 16 e deveríamos ter 130. Além disso, precisamos responsabilizar os moradores para que cumpram a parte deles, pois 80% dos problemas vêm das casas – salienta Alexandre.

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O número de multas é baixo porque alguns locais visitados são terrenos abandonados e, na maioria das vezes, é difícil encontrar o proprietário. Os agentes ainda estão passando por capacitações para intensificar a aplicação de notificações e, se for o caso, de multas.  

– A nossa intenção é intensificar as notificações. Amanhã (hoje), vamos na Vila Maringá e, na segunda-feira, no Bairro Salgado Filho – comenta Eloisa Lorentz, coordenadora técnica do controle do Aedes aegypti.

Foto: Charles Guerra / New Co

Vale lembrar que Santa Maria está infestada, tem foco no mosquito, mas não está contaminada pelo vírus. Mesmo assim, a situação preocupa. O mosquito transmite doenças como dengue, zika vírus, febre chikungunya e febre amarela.

AS VISTORIAS
Confira como funciona o levantamento por amostragem:
_ De 100 imóveis do município (100%), oito deles (8%) são visitados pelos agentes, em diferentes bairros
_ A partir dessas visitas, foi detectado que 4,3% estão infestados
_ Os espaços considerados infestados estão localizados em 37 bairros


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